JOGOS DIGITAIS CONTROLADOS POR MOVIMENTOS AJUDAM NA RECUPERAÇÃO DE PACIENTES QUE SOFRERAM AVC
Experimentos do Hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP), levaram à conclusão de que jogos digitais podem ser uma ferramenta poderosa no tratamento de pessoas adultas e idosas que sofreram recentemente acidente vascular cerebral (AVC).
Xadrez e quebra-cabeças em ambiente virtual, com controles a partir de movimentos corporais, se provaram eficazes na recuperação, porque demandam esforço mental para o entendimento do jogo, e físico para usar os sensores de movimento. Assim, o tratamento é bem sucedido tanto na recuperação neurológica quanto das habilidades motoras. De acordo com a fisioterapeuta e pesquisadora que participa dos experimentos, Alline Camargo, "no quebra-cabeça, o paciente só movimenta com os braços. No xadrez, ele também usa os membros superiores".
É uma demanda tanto cognitiva, porque ele precisa montar, entender a imagem, quanto motora pelos movimentos que realiza. Por isso, temos bons resultados.
Os softwares estão ainda em fase de testes com pacientes da região de 45 a 70 anos, mas Alline chama a atenção para o fato de que os programas não podem ser utilizados como única forma de tratamento. "É importante lembrar que as aplicações não substituem a fisioterapia. Elas funcionam apenas como aliadas no tratamento dos pacientes", explica.
Também vale destacar que não há o objetivo de ser bem sucedido nos jogos em si, como seria comum em partidas nas quais se acumula pontos ou um jogador vence o outro. "O paciente pode ficar frustrado se não conseguir realizar ou pontuar, Muitas vezes não vai conseguir, porque o processo de tratamento pode durar semanas, meses", esclareceu o pesquisador do Instituto de Física e responsável pela criação dos programas, Alexandre Brandão. Além desses jogos, o pesquisador também criou sistemas de realidade virtual que também podem virar parte do tratamento do AVC, mas estão em andamento porque ainda necessita de aparelhos e óculos VR.